Quem: uma voz. Onde: um corpo de uma mulher. No breu, ouve-se a voz: Vozes existem. Vorazes. Pelas matérias. E vez ou outra, quando percebes que o vidro trincou sem aparente motivo. Ou mesmo a rã que saltou, um dia, em altura incomum. Ou quando a torneira gotejava sem interromper, sem interromper, sem interromper, sem interromper... Vá olhar! Não é de tudo certo, mas é possível que não seja um acontecimento físico da matéria, mas, sim, ela, a matéria, invadida por vozes. Que existem. Vorazes. Pelas matérias. E vez ou outra, quando percebes, em qualquer espaço, qualquer expressão que parece maior que a imagem do que vê, talvez estejas diante de mim e nem saibas. Companheiros... Já invadi vários patos. Patos. Já. Pato é danado. Tem humor, sabe? Mas não é humilde por dentro como parece sua imagem, não. Pato, você não me engana mais. Já os cães são superiores. Por dentro, são. Seus latidos são as verdadeiras medidas das distâncias no espaço. Latido lá, lonjura. Latido aqui, proximida...