Texto Drêh
APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA
Amiga, deixa eu te contar! Esses dias sai super tarde do trabalho, cheguei em casa cansadíssima e só pensei em ir tomar banho. De repente ouvi um barulho no meu quintal, pensei comigo: “– Ai Jesus, assombração essa hora não!” até fiz o sinal da cruz!
Quando olhei vi uma silhueta passando pela janela, mas como minha casa é muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupada, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente. Sai do banho, me enrolei na toalha e liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.
Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma e plena:
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara, minha cozinha está toda suja, mas não tem problema!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um
helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa de alguma estrela famosa de Hollywood!
No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:
— Senhora, eu pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.
Vocês sabem que estamos numa idade que ao ter um ataque de riso ou a gente tossi ou a gente peida, graças a Deus eu tossi. O tenente fez o Jonh Travolta total e ficou me olhando como se não estivesse entendendo nada e novamente me disse: — Senhora, eu realmente pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.
E então eu respondi: Tenente, eu também pensei que o Sr. tivesse dito que não havia viatura.
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