Esboço Formulário
NOME / MATRÍCULA: Cristiano Moutella de Alencastro 190021527
TÍTULO PROVISÓRIO: "UMA PEÇA DE TEATRO É UM GRITO NO DESERTO": A performatividade visual-dramatúrgica na cena "noite savana" e sua direção
INTRODUÇÃO: Na busca por conectar várias áreas das Cênicas que me atraíram durante o curso e ao mesmo tempo comentar meu próprio processo caótico-perdido, decidi escolher um tema que aproveitasse minha produção pessoal, meu estudo fora da universidade e minha frustração dentro do curso, juntando direção, dramaturgia e experimentação visual, não respectivamente. Escrevi em meados de 2022 a cena curta "noite savana".(que ainda está em processo de revisão, alteração, amadurecimento, enfim, está viva) Enquanto revisava suas primeiras versões me deparei com o livro "A Cantora Careca de Massin", de Gustavo Piqueira, que traz uma pesquisa curta mas com bastante registros visuais a respeito da publicação da peça "A Cantora Careca", de Eugene Ionesco, pelo designer Robert Massin, que decidiu por uma publicação que transbordasse os limites da dramaturgia tradicional, subvertesse e potencializasse o texto escrito. Desde o primeiro contato com esse trabalho de Massin, que achei interessantíssimo, não pude deixar de me perguntar três coisas: como seria experimentar um trabalho parecido na cena que havia escrito, como aliar conceitos da performatividade a essa criação visual-dramatúrgica (e, por que não, performativa) e por que não haviam mais trabalhos nessa linha. Partindo da última pergunta, percebi que algumas experimentações semelhantes ocorrem mais timidamente, como o manejo de espaço da página na publicação de "Vaga Carne", de Grace Passô, pela Editora Javali, na qual o silêncio da atriz em cena se converteu em espaço em branco em páginas consecutivas - uma performatividade da escrita, talvez. Percebendo que havia a possibilidade de mergulhar nesse campo, seja de maneira mais profunda, seja de maneira mais específica, decidi que era fundamental pesquisar para dirigir a cena, colocando-a, de fato, viva no teatro, para depois tentar transportar dramaturgia, encenação e estímulos estéticos para uma "dramaturgia visual" alinhada com essas influências e possibilidades.
OBJETIVOS: Investigar as possibilidades de direção da cena curta "noite savana" e, posteriormente, de "tradução" da linguagem cênica e performativa presente no espetáculo para uma versão escrita da cena que tenha a contribuição de experimentações de composição visual para friccionar e potencializar os sentidos da palavra escrita.
JUSTIFICATIVA: Obras teatrais ganham caráter de obras literárias quando publicadas em livro, ao mesmo tempo que perdem diversos elementos exclusivos da "cena viva" (atores, iluminação, cenografia, figurino, maquiagem, etc). A partir dessa premissa, desejo investigar como seria possível "traduzir" aspectos dessa "cena viva" para o papel: de que maneira a performatividade da encenação pode vazar para a folha do texto? Com a experimentação a partir de elementos visuais (cor, forma, fonte tipográfica, distribuição de espaço) e sua combinação com a dramaturgia escrita, a experiência do leitor aponta para outras direções e provoca outros sentidos e significados para além da leitura da palavra impressa; uma tentativa de aproximação (ainda muito distante) da experiência totalizante e múltipla em estímulos vivida dentro de um teatro.
METODOLOGIA/ESTRATÉGIAS/PRÁTICAS PRINCIPAIS REFERÊNCIAS:
- Identificar aspectos da performatividade teatral e de que maneira eles podem ser "traduzidos" em composição visual-dramatúrgica
- Estabelecer parâmetros para a direção da cena a partir de conceitos que dialoguem com o teatro performativo
- Identificar e categorizar pesquisas antecedentes semelhantes a respeito do cruzamento entre texto teatral e linguagem visual
- Analisar e selecionar técnicas de composição visual que se apliquem na construção da visual-dramaturgia da cena
- Analisar aspectos da encenação de "noite savana" (a ser realizada durante e relacionada ao TCC) a serem "traduzidos" para a visual-dramaturgia
- Principais referências até aqui: (sem ABNT) Estética do Performativo, de Erika Fisher-Lichte; A preparação do diretor, de Anne Bogart; A Cantora Careca de Massin, de Gustavo Piqueira
POSSÍVEIS ORIENTADORES (CINCO EM ORDEM DE PREFERÊNCIA)
1. Sônia Paiva
2. Alice Stefânia
3. Fernando Villar
4. Marcus Mota
5. Simone Reis
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